Reunião sobre meta climática termina e acordo fica para 2010

on sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A última reunião de hoje na qual Brasil, China, Estados Unidos, África do Sul e Índia discutiram as metas climáticas  ou a falta delas terminou sem consenso. Uma declaração sobre o encontro, que como previsto terminou sem acordo, será divulgada nas próximas horas.
Segundo informou a delegação brasileira, o conteúdo do documento será feito com vistas a um possível acordo apenas em 2010. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se dirige ao aeroporto para retornar ao Brasil.

Estados Unidos e China, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa, são os principais criadores de entraves para o acordo climático entre os 193 países participantes da 15ª Conferência do Clima, que ocorre desde 7 de dezembro em Copenhague.
Além da "briga" entre países emergentes e desenvolvidos sobre estabelecer metas obrigatórias de emissões de gases também para as nações mais pobreso Protocolo de Kyoto obriga apenas os mais ricos a seguir as metas, existe a polêmica sobre a criação de um fundo verde.
Os EUA propuseram um fundo bilionário para ajudar os países pobres a lidar com a mudança climática, mas condicionaram a contribuição a uma "transparência" dos países envolvidos e uma possível vigilância. Sobre isso, mais cedo, o presidente Lula disse que o fundo não podia ser usado como "desculpa" para intromissão nos países ajudados. A China também rechaçou um possível controle.
Nesta sexta, antes da última reunião sobre as metas, o premiê chinês faltou aos dois encontros improvisados pelos EUA e enviou um emissário a atitude enfureceu líderes europeus e Barack Obama.
No começo do dia, o presidente Lula, que há dois dias tentava mediar com o francês Nicolas Sarkozy uma saída do impasse, declarou-se "frustrado" em sessão plenária com líderes mundiais. Na plateia estavam Obama, Gordon Brown, Wen Jiabao, Angela Merkel e outros.
Lula fez também uma oferta de doação para um fundo global de combate à mudança climática, como antecipado pela Folha na última quarta-feira.
Em discurso duro, feito de improviso e longamente aplaudido, Lula enumerou as ações do Brasil e disse que o país estaria disposto a contribuir para um fundo se isso salvar a conferência.
Já o americano Barack Obama, que tomou seu lugar no púlpito, criticou os países que não aceitam se submeter à verificação de suas ações críticas velada à China. Os países desenvolvidos usam esse argumento para justificarem sua inação.



Em Copenhague, países ricos criticam esboço de acordo

on sábado, 12 de dezembro de 2009

Os países industrializados criticaram neste sábado o rascunho do acordo sobre o aquecimento global, apresentado sexta-feira, afirmando que o documento não faz grandes exigências aos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, dezenas de milhares de manifestantes exigindo "justiça climática" se dirigiram ao local da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU). Quando a noite caiu na capital dinamarquesa, a polícia informou que havia detido mais de 300 pessoas, durante uma ação preventiva contra um grupo de jovens vestidos de preto, que estavam na parte final de uma passeata pacífica.
A reação inicial ao texto da negociação revelou a divisão entre os países ricos, liderados pelos Estados Unidos, e os países que continuam lutando para superar a pobreza. O objetivo do documento era preparar os temas difíceis para os ministros de Meio Ambiente, enquanto eles se preparam para a reunião de cúpula com cerca de 110 chefes de Estado e governo no fim da próxima semana.
O delegado norte-americano Jonathan Pershing disse que o esboço não conseguiu abranger as questões contenciosas de emissões de carbono de economias emergentes. "O atual esboço não funcionou nos termos que é conduzido", disse Pershing em plenário, com o apoio da União Europeia, do Japão e da Noruega.
No entanto, a União Europeia criticou os Estados Unidos, afirmando que o país poderia assumir compromissos maiores para avançar nas conversações. Para o ministro do Meio Ambiente da Suécia, Anders Carlgren, Estados Unidos e China deveriam ser legalmente obrigados a manter quaisquer promessas que façam.
A China assumiu compromissos voluntários de regulamentar suas emissões de carbono, mas não quer se comprometer com uma legislação internacional. Na visão da China, Estados Unidos e outros países ricos têm forte responsabilidade histórica em relação ao corte de emissões. Por isso, qualquer acordo climático em Copenhague deve levar em conta o nível de desenvolvimento de cada país.

Hoje, ministros de Meio Ambiente de vários países começaram a chegar à capital dinamarquesa, para as conversações formais anteriores à reunião de cúpula dos líderes mundiais, na próxima semana.


Manifestações
Nas ruas frias da cidade, a polícia destacou esquadrões adicionais para observar os manifestantes que marchavam na direção do local da conferência, exigindo que os líderes tomem atitudes para lutar contra a mudança climática. Segundo a polícia, os manifestantes chegaram a 25 mil pessoas, enquanto os organizadores do ato disseram que 100 mil pessoas participaram do protesto, que saiu do centro de Copenhague.
A maioria dos manifestantes agiu pacificamente, mas a polícia deteve entre 300 e 350 pessoas, em uma ação preventiva contra jovens ativistas que estavam no final da manifestação. "Houve lançamento de pedras e, ao mesmo tempo, as pessoas estavam colocando máscaras", justificou o porta-voz da polícia, Rasmus Bernt Skovsgaard. "Decidimos realizar prisões preventivas para dar aos manifestantes pacíficos a possibilidade de continuar".

No centro de conferências, delegados reuniram-se ao redor das TVs para ver imagens ao vivo da polícia prendendo, com hastes plásticas, as mãos de jovens vestidos de preto. Não há informações sofre feridos. Mais cedo, a polícia havia detido 19 pessoas, principalmente por não obedecerem as rígidas leis dinamarquesas contra a posse de canivetes e o uso de máscaras durante protestos.

Europa e Ásia
Ativistas do meio ambiente fizeram outras manifestações na Europa e na Ásia, para aumentar a pressão sobre as negociações em Copenhague.
Milhares pessoas participaram da "Caminhada contra o Aquecimento" em importantes cidades da Austrália e cerca de 200 filipinos realizaram uma manifestação festiva em Manila, para lembrar o Dia Global de Ação contra Mudanças Climáticas. Em Jacarta, dezenas de ativistas indonésios do meio ambiente se reuniram em frente da embaixada dos Estados Unidos.
Milhares de ambientalistas também protestaram em 100 praças de toda a Itália. Eles levavam faixas com a frase "parem com a febre do planeta" e pediam assinaturas para uma petição para que os líderes mundiais cheguem a um acordo sobre a redução de emissões.